Já parou para pensar na beleza de uma roda de Capoeira e quanta lição podemos tirar dela?
Pois bem, é sobre isso que descrevo agora.
Uma roda de capoeira vem de uma organização impressionante e a grande lição que ela nos traz é o ponto de equilíbrio. Para que se tenha uma roda perfeita todos que a compõe deve estar em constante harmonia, o coral deve estar em harmonia com o cantador, as palmas em harmonia com o ritmo dos instrumentos, o jogo respeita a cadência e qualquer dos fatores que se excedam afeta o ponto de equilíbrio que faz a beleza de uma roda de Capoeira.
Mestre Camisa diz que “nem todo brasileiro precisa praticar a capoeira, mas todo brasileiro deve saber o que é a Capoeira”. O Mestre nos propõe a olhar para vida com o olhar da Capoeira e a beleza da roda nos dá o exemplo para alcançar a beleza da vida. Em nosso cotidiano qualquer extremo é ruim, a maldade pode ser um problema assim como a passividade, o ódio é um problema tanto quanto uma paixão ou um amor possessivo, a fome e a gula, a necessidade e a ganância, a humildade e o orgulho. E assim se sucede com tudo que há em nossa volta, precisamos equilibrar nossos sentimentos, nossa saúde, nossa atitude, nosso tempo, nossa espiritualidade, enfim é no equilíbrio que se concentra a beleza da vida.
Até o próximo post, Ezequiel Reis (Miau) !!
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Gupo Abadá Capoeira de Caratinga-MG, Projeto Social Lutando pela Vida
Neste sábado, 25
de novembro, lançamos em Entre Folhas o Projeto Social Lutando pela Vida, uma
iniciativa de José Roberto Rodrigues (Instrutor Mestiço) na Cidade de
Caratinga-MG, tendo sua extensão no Município de Entre Folhas-MG sob gestão de
Ezequiel Batista dos Reis (Estagiário Miau) e Augusto Alves de Almeida
(Graduado Branco).
Esse evento aconteceu na E. E.
Dr. José Augusto na presença de convidados representantes da Secretaria de
Educação, do Conselho Tutelar, da CPMA (Comissão Permanente do Meio Ambiente), líderes
de movimentos sociais da comunidade e Córregos vizinhos. Este acontecimento foi
um marco cultural na história de Entre Folhas. Quem estava presente participou
do aulão que foi aberto ao público para uma vivencia experimental, assistiram e
animaram as demonstrações do Grupo Abadá-Capoeira que mostraram com uma beleza
singular o jogo da Capoeira em vários estilos. Esse foi o ponta pé inicial do
Projeto Social Lutando pela Vida que visa chegar a toda comunidade,
principalmente as mais carentes, mantendo as pessoas afastadas dos vícios,
promover a saúde física e mental e incutir valores como a honestidade, o
respeito, a disciplina, o convívio social, o trabalho em equipe, a paz e
harmonia.
A continuidade do projeto se dará
com aulas de capoeira toda terça e quinta-feira às 18:30h na Creche Municipal
Dulce Paiva, situado à Rua Orestes Paiva, 74 no Centro de Entre Folhas-MG.
Sentados nas cadeiras: Johnata (Conselho Tutelar), Antônio (Apoio Sonoro), Atônio Alves (CPMA), Pedro Rosa (Pedrinho do Córrego do Macaco), Jésus Nogueira (Córrego Vai e Vem), Marli Alves (CPMA), João Almeida (Leigo de CEBs) e Lucimar Almeida (Terapeuta Naturalista)
Rosângela Almeida (Pantera), Maria Goretti (Secretária de Educação) e Augusto Almeida (Branco)
Augusto Almeida (Branco) e José Roberto (Instrutor Mestiço)
Fábio Silva (Casado), Derleon Lima (Lobinho) e Jaider Júnior (Jatobá)
Criança na capoeira! Ao ensiná-la, sua marca é para sempre!
Educar
uma criança na capoeira, é uma experiência tão gratificante que te faz um
educador até mesmo em seu próprio lar. Pensando nisso, essa semana venho
compartilhar neste post com você, uma agradável experiência que tive com uma
pequena aluna no meu primeiro dia com uma turminha pra lá de especial!
“Era de
manhã em um dia nublado, quando cheguei na escola e me encontrei com a equipe
de professores, que me apresentaram aos alunos do projeto e ali me deram com
formalidade as boas-vindas. Ao ver aquelas crianças, pude notar em seus rostos
a expressão de várias personalidades, algumas intrigantes do tipo falante,
calma, elétrica, agressiva, carentes... enfim, todas traziam as marcas do seu
dia a dia.
Quando dei
início a aula, logo no primeiro horário já encontrei o meu primeiro desafio.
Enquanto me apresentava aos alunos, notei que uma menina de rosto meigo se
encontrava triste e cabisbaixo isolada no canto daquela quadra. Depois de me
apresentar, perguntei o nome de cada aluno seguido da pergunta, “O que a
capoeira representa para você?”
Até então as respostas tinham
sido positivas, mas ao terminar a apresentação, pedi aos meninos que permanecem
sentados enquanto o tio conversava com a linda pequena do canto. Então segui o
mesmo procedimento com a garotinha e quando perguntei o que a capoeira representava,
ela me respondeu:
— Tio, eu não gosto de capoeira.
Fiquei em silêncio por um
segundo, olhei bem em seus olhos e disse:
— Não tem problema, também não
gosto de um monte de coisas, mas você não conhece o tio, pode ficar aí observando
e se em algum momento você ver algo interessante, será muito bem-vinda. Você pode
não gostar de capoeira, mas o tio gosta de você!
E sua resposta foi um olhar
raso d’água, seguido de um lindo sorriso de gratidão.
Minha maior recompensa, foi
terminar a aula com a participação daquela pequena criança.”
Ao ensinar uma criança na
capoeira ou em qualquer outra modalidade, você sempre deixa a sua marca, seja
para o bem ou para o mau. Devemos ter cuidado com a forma que ensinamos os
nossos pequenos, pois são a construção de um futuro. Ao educar, seja gentil e amoroso,
eduque dando exemplo de educação. Uma palavra bem pronunciada no momento certo, ecoa
muito mais do que se dito em uma arrogância a 120 decibéis.
Um forte abraço, Miau!
Eu falo manso - Compositor: Fala Manso
Iê…
Eu falo manso
Pois não preciso gritar
Eu prendo seu pensamento
Você vem no meu cantar
Se não gosta ou incomoda
Ou faz arrepiar
Se te faz seguir em frente
Ou até mesmo parar
Se você pensa duas vezes
Ou você para pra pensar
Se está pensando agora
Ou vai pensar em outro lugar
Pensamento como seu
Nunca vai me alcançar
Porque olha eu falo manso
E te abalo sem gritar
Camará…
Iê galo cantou
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Sua opinião é muito importante para continuar escrevendo com qualidade!
Somos um ser em plena evolução,
adquirimos novos aprendizados a cada dia, acumulamos informações que
influenciam diretamente em nossas decisões e atitudes. Pessoas acumulam vasta
experiência ao decorrer do tempo e por muitas vezes, são caladas pelo
preconceito e rótulos da sociedade.
Quando se fala de preconceito,
como já diz a palavra vem de um prejulgamento, conceituar algo ou uma pessoa
sem antes conhecer de fato. Tem também o julgar pelo passado ou até pela primeira
vista. Ao ver o desempenho de uma pessoa, logo já se define a sua personalidade
ou seu caráter. Para ter o direito do julgamento deveríamos então ser perfeitos
e completos, porém não somos, mas vivemos em uma sociedade que vive nos dando
rótulos o tempo todo.
Já imaginou o quanto perdemos por
julgar uma pessoa? Quanto conhecimento ou potencial são desperdiçados?
Contudo a capoeira ainda sofre o
preconceito de origem, o que entristece é que o maior deles está em sua
própria terra, porém assim como ela se adaptou a várias situações para
chegar até aqui, agora também não será diferente. A história da capoeira vem
enriquecendo e se torna mais forte a cada dia.
A abolição da escravidão, o
reconhecimento como esporte, Patrimônio cultural do Brasil e agora Patrimônio
Imaterial da Humanidade, são algumas das grandes conquistas da capoeira que
atrai um novo olhar agregando um pouco do valor que ela merece. Mas não basta admirara-la para dizer que a conhece, para conhecer de fato precisamos viver a capoeira,
entender essa arte é no dia a dia, mantendo-se próximo. Não veja a capoeira
como uma religião, pois está muito além disso. Não precisamos abandonar uma
religião para praticá-la, ela acolhe a todos. Assim como também não
precisamos abandonar profissões, família ou qualquer outra coisa que nos faz
bem. Mas o certo, é que a capoeira vai te proporcionar o equilíbrio de tudo e
apontar uma direção segura para viver a vida com qualidade.
Como dizemos no início deste
post, perdemos muito por julgar antes de conhecer, então aqui vai uma bela dica
da capoeira para nos adaptarmos a essa realidade e vencer mais essa barreira
que é o preconceito.
Não deixe que os rótulos da
sociedade te aprisionem, quando definirem sua profissão, saiba que você
é capaz de ir além e aprender profissões novas, quando te julgarem pela cor,
entenda que a ignorância não é sua, quando te julgarem por ser capoeirista,
saiba que eles ainda não entenderam que a capoeira é o resumo de tudo, que ela pode ser tudo que momento determinar e que todos os rótulos do mundo não poderiam defini-la.
A capoeira é símbolo de
resistência e luta pela liberdade e aqui o cativeiro é o preconceito. Livre-se
dele, estude, pesquise, entenda e compreenda. O conhecimento é a sua melhor
arma nessa batalha e se decidir estamos aqui para lutarmos juntos por uma
sociedade livre de suas próprias mazelas.
Musicalidade na
Capoeira é um dos temas que me foi sugerido essa semana, e é com muito prazer que eu venho a tratar desse assunto, pois é parte de extrema importância na
característica dessa arte, tanto no presente como no seu contexto histórico.
E para
escrever sobre a musicalidade na capoeira, nada melhor do que narrar de modo bem simples uma bela e triste história do negro, dando um ar especial em seu
contexto musical.
Musicalidade na capoeira
Há muito
tempo no Brasil por volta do século XVI, enquanto nosso país ainda era colônia
de Portugal, havia um povo que prestava mão de obra escrava aos senhores de
engenho, um povo reprimido que era constantemente castigado e torturado de
forma totalmente desumana. O povo negro, que pagou com sangue e suor o luxo e o
glamour da tirania brasileira.
Diante de tal
repressão, havia a necessidade de uma batalha, ou melhor, uma guerra pela
liberdade. Mas como lutar sem armas? Como sobreviver sem uma boa nutrição? Como
vencer uma guerra contra um povo letrado e com inteligência militar? E a
resposta para essas e outras perguntas que diminuíam o negro, se deu pelas
humilde e astuta raízes da cultura africana que os negros nos deixaram de
presente com a Capoeira.
O negro fez do seu corpo a sua arma, mas se
os senhores notassem, logo tudo estaria perdido, então criaram uma arte marcial
em forma de dança. Mas e aí? Como dançar sem música? Surge então ao som dos
tambores, uma dança guerreira! Com a evolução e a necessidade, vieram os demais
instrumentos. Além do atabaque temos, o trio de berimbau, o caxixi, o pandeiro,
o agogô e em alguns seguimentos de grupo, se usam o ganzá ou reco-reco.
Com o tempo a musicalidade na capoeira, foi muito mais que ludibriar os olhos
do inimigo, descobriu-se que a música vai muito além disso, a harmonia musical
da capoeira mexe com o astral do jogador, avisa o perigo (ritmo de cavalaria),
dita o estilo de jogo e enriquece o conhecimento através do conteúdo das letras
musicais. Enfim, a musicalidade na capoeira de uma forma estratégica, permitiu
que o negro fizesse do seu corpo uma arma surpreendente, manteve sua saúde
física e mental e desenvolveu a sua inteligência e estratégia de luta.
A
música faz o capoeirista vencer diversas prisões. A prisão do medo, da timidez
e da falta de percepção. Quem canta harmonicamente, fala melhor em público,
escreve melhor e melhora a criatividade. De uma forma divertida e prazerosa
vamos seguindo na luta sem fim, “a luta pela liberdade! ”
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Fico por aqui e deixo forte abraço, Miau(Ezequiel Reis)!
"Meu Berimbau pede paz sem violência e sem guerra"
Em 2013, a violência mundial resultou na morte de cerca de
1,28 milhões de pessoas, em 2015, o Brasil conquistou o pódio nesse ranking,
temos 21 cidades entre as 50 mais violentas do mundo. Isso é uma triste
realidade!
A falta de estrutura familiar, é o fator que mais contribui
na formação de personalidades violentas. Geralmente a violência é atingida na
sua grande maioria, as famílias de baixa renda, que por sua vez, não tem acesso à
educação escolar, falta tempo aos pais para dedicar a seus filhos e ensinar a eles
a ética, os valores morais, a integração social e impor os limites através do
respeito e a disciplina.
Vivemos em uma sociedade capitalista que idealiza e celebra o
consumismo. Quem se sente excluído deste glamour, está mais sujeito a sentir
ódio ou revolta. Em função disso, muitos dos nossos jovens e até mesmo crianças
ainda em formação de consciência, se deixa levar ao crime onde lhes é oferecido
poder, por meio da prostituição, das drogas, da corrupção, enfim, todos repletos
de violência.
Diante deste quadro, vejamos então como entra a capoeira nesta
causa!
Como vemos em todos os grupos sociais, encontramos pessoas
que semeiam a discórdia, alguns por falta de educação, outros por doença
mental... ou até espiritual. Uma pena, pois são os maiores prejudicados! Mas,
daí vemos a necessidade da procura de um bom Mestre que prima pela verdade das
raízes, o verdadeiro ensinamento da capoeira que está gravado em sua essência.
A violência é uma aversão dos fundamentos da capoeira, visto
que ela prima pela disciplina e valores morais, a luta vem como instrumento de
defesa pessoal e não de valentia. A capoeira treina seus praticantes para ser
pessoas íntegras, capaz de liderar e desenvolver trabalho em equipe, por certo
a violência não encaixa nesse contexto.
Para aprender a capoeira é necessária uma profunda paz de
espírito, pois aonde prevalece a técnica, não predomina a ignorância. Não há
possibilidade de aprender a capoeira com violência e descontrole, “a pressa é
inimiga da perfeição”. Quem pratica essa arte, tende a ser uma pessoa mais calma e
pacífica, sabemos que dependemos um do outro e valorizamos a vida acima de
tudo.
Na capoeira aprendemos que ninguém é nada sozinho, cada ser
se mostra bom naquilo que faz, porque os outros proporcionam isso. Não há
possibilidade de haver uma roda de capoeira se essa não for em grupo, vou tocar
berimbau para quem jogar? Vou jogar com quem? Vou cantar para quem? Pense,
depois de ler esse artigo, ainda acha que a violência faz algum sentido para o
capoeirista?
E para fechar bem esse artigo, deixo a você duas listas de regras básicas no recinto onde se treina a capoeira, a primeira é da academia de Mestre Bimba (Mestre de nosso Mestre Camisa) e a segunda é do CEMB (Elaborados pela equipe de Mestre Camisa). Note que boas disciplinas eram aplicadas tanto no passado, quanto no presente e com certeza serão aplicadas por todo o sempre.
Disciplina da academia de Mestre Bimba:
– Não beber, e não fumar. Pois os mesmos alteravam o desempenho e a consciência da capoeira.
– Evitar demonstrações de todas as técnicas, pois a surpresa é a principal arma dessa arte.
– Praticar os fundamentos todos os dias.
– Não dispersar durante as aulas.
– Manter o corpo relaxado e o mais próximo do seu adversário possível, pois dessa forma o capoeira desenvolveria mais.
Disciplina do CEMB (Centro Educacional Mestre Bimba) em Cachoeiras de Macacu-RJ
Respeitar a natureza;
Não alimentar os animais e nem maltratá-los;
Não desperdiçar água;
Não jogar lixo no chão e, se encontrar, apanhá-lo e acondicioná-lo nos compartimentos próprios;
Não fazer trilha, arvorismo, nadar ou cavalgar sem o acompanhamento do instrutor ou orientador autorizado;
Deixar sua cama e seus objetos pessoais sempre organizados;
Lavar os utensílios utilizados após todas as refeições;
Não jogar papel higiênico ou outros materiais dentro do vaso sanitário ou pia;
Após passar pelas porteiras, feche-as;
Aqui ninguém acha e nem perde, encontra ou esquece ou deixa cair, assim, se encontrou ou esqueceu algo, procure a Comissão Organizadora do evento.
Aqui não é minha casa, nem sua, é nossa! Vamos cuidar?
O berimbau pede paz (Lobisomem e Mestre Camisa) Cd Abadá - Capoeira Campanhas sociais
Se quiser saber um pouco mais como age a capoeira na vida de
quem a pratica, escrevi a respeito em outro post, basta seguir o link abaixo:
Como a capoeira pode ajudar o adolescente na prevenção as drogas?
A capoeira tem todo um conjunto de valores que podem ser
aplicados, auxiliando na prevenção as drogas, porém como na capoeira ninguém é
nada sozinho, as drogas também devem ser tratadas de maneira especial. A
conscientização da família sobre as drogas é de fundamental importância,
deve-se conhecer os efeitos das drogas, o ciclo de amizade e os motivos que
levam o adolescente a procurar essas substâncias. Poderia escrever mais sobre
isso, mas neste post daremos ênfase no que a capoeira pode ajudar nesse
processo.
A capoeira tem lugar para todos e acolhe tudo que as pessoas
têm a oferecer de bom, assim retorna para o grupo tudo de bom que ela acolheu.
Na capoeira desenvolvemos laços de amizade sinceros, amigos de vários segmentos
profissionais e culturais dispostos a ser solidários com seus irmãos, visto que
na capoeira somos como uma família, quanto mais cedo se começa a praticar
capoeira, menor serão as chances de envolvimento com as drogas.
Além de ser um grupo seleto de boas companhias, o exercício
físico praticado na capoeira, é um aliado muito importante no tratamento de várias
patologias, em seus efeitos diretos estimulam a inteligência, reduz a gordura
corporal, controla os níveis de colesterol, melhora as funções
cardiorrespiratória e já nos seus efeitos indiretos, atua na melhora da
autoestima e na sensação de bem-estar com redução de sintomas depressivos. E
quanto ao uso de drogas, a prática da capoeira estimula a liberação de
substâncias neurotróficas, melhora o funcionamento do sistema nervoso e traz
sensação de prazer e relaxamento. A capoeira interfere de maneira positiva no
tratamento e principalmente na prevençãoàs drogas, seja elas lícitas ou não.
O esporte além de liberar muita energia, ele ajuda no
processo de desenvolvimento da personalidade, molda o caráter através do
contato e a disputa entre os colegas, num ritual de respeito e disciplina. Estimula
a parceria, a humildade, a integração comunitária e a honestidade. A capoeira
treina seus praticantes para ser autoconfiantes, ser sábio em suas escolhas e
tomar decisões acertadas em situações críticas. Pessoas assim, dificilmente vão
escolher o caminho das drogas, pois sabe que isso não bom. E quem já escolheu, há
de parar para pensar se deve mesmo continuar a trilhar esse caminho.
Devido a não ter idade específica para praticar a capoeira,
ela aproxima gerações. A capoeira traz a experiência dos anciãos aos mais
jovens e leva a motivação e a força de vontade dos mais jovens aos anciãos. Uma
mistura amalgamada pela alegria e o prazer de fazer de nós, seres humanos cada
dia melhor.
O adolescente, passa por período de um conflito existencial,
momento esse que o deixa vulnerável as más influencias. Essa é a fase que está
sendo sintetizada todas as informações acumuladas desde o nascimento. Essa
definição de informações é feita através da oposição ao sistema que o envolve,
a começar dentro de casa. Geralmente os primeiros a serem debatidos são os
pais, isso deve ser encarado como um processo natural e até promover os debates,
deixando que o adolescente saia vitorioso de vez em quando naquilo que se
julgar que é certo, afinal, não somos perfeitos para estar certo o tempo todo,
sendo assim, “damos o braço a torcer”, isso ajuda no processo de construção de
uma personalidade vencedora. Uma bela estratégia para os pais, é envolver seus
filhos com seus problemas pessoais, mesmo que achar que não vai resolver, peça opinião
de seus filhos! Além de poder ser surpreendido, também estará reforçando o laço
de amizade. Assim talvez quando ocasionar aquela curiosidade de experimentar a
droga, seu filho terá mais facilidade de pedir sua opinião a respeito.
Leve as crianças para a capoeira, tenho certeza que lá não
vai ter ninguém para lhe oferecer drogas, muito pelo contrário, a capoeira dará
a ela o que o dinheiro não pode comprar, plantará nela o sonho de uma nação
melhor para esse mundo corrompido pela a ignorância humana. Na Abadá Capoeira temos uma bela campanha contra as drogas, o vídeo abaixo se trata da música, "A droga é uma doença" do álbum de campanhas da Abadá, veja!
A droga é uma doença (Cebolão) Cd campanhas sociais Abadá - Capoeira
Se quiser entender um pouco mais sobre a influencia da capoeira, acesse os links abaixo!
Esse ano de 2017,
tem dois temas dentro da Abadá - Capoeira que me chamam a atenção, sendo que
eles se complementam. O trabalho dos cantores do disco Ubuntu e o tema Abadá Indígena dos jogos mundial, nos traz para uma profunda reflexão.
“Sou porque nós
somos” (Ubuntu), esse é o caminho. E os índios, esse é a nossa dívida
impagável.
Nós fazemos
parte de um mesmo elo, quando ferimos alguém, ou a sua cultura, ferimos a nós
mesmos. Por mais evoluída que pareça a nossa sociedade, estamos sem perceber,
criando o fim de nossa existência. Poluímos o ar que respiramos, sujamos a água
doce dos rios que mata nossa sede, queimamos e desmatamos o pulmão do mundo, e
abrigo das faunas que compõe o nosso planeta.
A Abadá - Capoeira, nos propõe a buscar mais a essência de nossas raízes, antes de
avançar em direção ao futuro. Pois, é a nossa atitude no presente com relação
ao passado, que pode proporcionar um futuro melhor para todos. Tanto a
filosofia africana, quanto a indígena (sendo elas nossas raízes), tem muito a
nos ensinar. Busque, pesquise, aprenda e compreenda. Você não vai se
arrepender!
E na busca de
inspiração para este artigo, encontrei esta carta que não posso deixar de
compartilhar com você, caro leitor!
Se trata de uma
carta do Cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviada
em 1855 ao presidente dos Estados Unidos Francis Pierce, depois do governo ter
dado a entender que queria comprar a terra onde moravam sua tribo. A mais de um
século e suas palavras ecoa como se tivesse escrito hoje. Veja quanto valores
foram massacrados!
A carta
"O grande
chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe
assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte,
pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua
oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e
tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o
chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem
confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas
não empalidecem.
Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal ideia
é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode
então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda
esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de
areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os
insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.
Sabemos que o
homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra
é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra
tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exauri-la
ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra
de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos
filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas
cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim
por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.
Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem
lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das
asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das
cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que
o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo
à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o
próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de
pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos
respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se
importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau
cheiro.
Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem
branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não
compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas
pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do
trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa
ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para
sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os
animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto
acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra,
fere também os filhos da terra.
Os nossos filhos
viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso
da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo
com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde
passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou
até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram
nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará
para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de
confiança como o nosso.
De uma coisa
sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o
mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja
possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma
maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano
à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai
desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a
sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos.
Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando
as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem
de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias?
Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da
vida e o começo pela luta pela sobrevivência.
Talvez
compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais a esperança
transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro
oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós
somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem
ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é
para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os
nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver
partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das
pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias,
porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe.
Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a
protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda
a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos,
e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo
Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o
nosso destino comum."
"Aquele que anda com os sábios será cada vez mais sábio, mas o companheiro dos tolos acabará mal" (Provérbios 13:20)
A capoeira
por si só, não existe. Como diz as sábias palavras do Mestre Camisa, somos nós os
capoeiristas, que fazemos com que ela exista. É a sabedoria de grandes Mestres, passada por gerações, em pleno processo de desenvolvimento.
Desde o
início, a capoeira vem com o propósito de luta pela liberdade. Liberdade essa, sendo possível se começada no íntimo do indivíduo, transformando um espírito
cativo em espírito livre. A capoeira instigava o negro mais fraco que o branco, a buscar força a aonde ela é inesgotável, dentro de si mesmo. E hoje, não é
diferente, o que muda são as circunstâncias, mas o legado ainda é o mesmo.
Hoje,
embora se diz não ter escravidão, sabemos que isso não é verdade, ela apenas
modernizou. Em vez de libertar os negros, ela levou mais pessoas a se escravizar,
gente de todas as raças, crenças e etnias, pois o sistema age nos incentivando
a escravidão. Pensando nisso, concluímos que somos escravos de nos mesmos, que
nos deixamos levar pela ganância, pela inveja, pelo o egoísmo e entre outros sentimentos que
vem como reflexo na disputa pelo pódio do capitalismo. Mas ainda temos uma luz
muito forte na capoeira, ela vem como instrumento pedagógico de conscientização passado do Mestre para os discípulos no convívio em grupo. A capoeira em seus
recursos artístico e cultural, aborda vários aspectos; a arte marcial, a música,
os instrumentos, a poesia, valores históricos e o convívio social. O termo
criativo da ideia “jogar”, não está na disputa entre duas pessoas, mas pelo
melhor entre os dois e aos demais envolvidos numa roda de capoeira, inclusive o
público que assiste. A capoeira promove a paz e harmonia entre os povos, se
todos compreendessem os fundamentos dessa arte, não haveria espaço para
escravidão. Quando se trata de trabalho, esse viria como um complemento para a
vida e não para ferir a integridade de quem o faz.
Como podemos ver, a capoeira busca promover
valores culturais e humanos expandindo através do mundo a fim de incutir
personalidades fortes com dignidade e valores pessoais, seus ensinamentos
promovem um profundo exame pessoal e espiritual. Gostou? Vem pra roda você
também!
Na capoeira, assim como em outros campos de atuação na vida, vemos muitos Mestres e professores tentando dar o que não tem. Pensando nisso, resolvi repassar um pouco neste artigo, do que aprendo no grupo, com as devidas honras aos meus tutores, Instrutor Mestiço, Professor Parafuso e ao nosso Mestre Camisa. Então vamos nessa!
O exemplo
Um conselho é bom, melhor acompanhado do exemplo, o ensinamento de um Mestre, torna mais forte e preciso, quando o que se ensina é atribuído a ele mesmo.
O conhecimento, é como uma energia que percorre seus condutores, nós somos como uma lâmpada que faz com que o conhecimento brilhe. O condutor de energia, se compara a transferência do conhecimento entre as pessoas. O brilho da luz de uma lâmpada, se equivale ao exemplo que reflete através de nossos atos.
O equilíbrio do conselho e o exemplo, é muito eficaz no meio educacional, é como o relacionamento do sol e a lua, o sol se vai durante a noite, enquanto a lua reflete seu brilho no momento de escuridão. Assim, se o brilho do nosso exemplo for capaz de refletir o coração de alguém, o mesmo será capaz de iluminá-lo nas horas mais sombrias de sua vida.
Ao escrever este texto, escrevi também uma ladainha de angola, que compartilho com os camaradas da capoeiragem e também os que apreciam!
Hipocrisia
Autor: Miau
Ritmo: Angola
Iê,
Um tolo assim dizia...
Um tolo assim dizia
Se conselho fosse bom
Não se dava vendia
Mas o conselho só é bom
Quando o exemplo tem valia
O bom Mestre é aquele
Que não tem hipocrisia
Ele ensina o que vive
No seu dia a dia
Ele conhece o segredo da lua
Que pelo sol se guia
Ela reflete sua luz
Na noite sombria
O Mestre ilumina seus alunos
Que reflete seus fundamentos
Na escuridão da vida.
Camará...
Iê viva meu mestre!
Eeê viva meu mestre camará...
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